- 1. A GRANDE MAIORIA NEM SABE DO QUE SE TRATA
Antes de começarmos a identificar as razões pelas quais, grande parte dos que já ouviram falar neste tema, ainda não deram o passo em frente e se decidiram a entrar neste Mercado, não nos podemos esquecer de olhar para aqueles que efetivamente são a grande maioria da população Nacional e Mundial, que ainda nem sequer sabe do que se trata.
Apesar de ser um tema cada vez mais sedutor para o Mídia que muitas vezes tentam abordar o tema, mas ainda com um conhecimento muito escasso, o que é facto é que se fizermos um survey à porta dum supermercado por exemplo e perguntarmos se já ouviu falar e se sabe o que é uma criptomoeda, o mais certo é encontrarmos 5 ou 6 pessoas em cada 100 que tenha uma mínima noção sobre o tema.
Sendo assim, esta acaba por ser evidentemente a maior razão pela qual ainda não há uma maior adoção da população em geral, das criptomoedas.
Esclarecido este importante aspeto passemos então a analisar quais as verdadeiras razões que levam a que, quem já tem algumas ideias do que se trata porque não decidiu ainda avançar.
2. DAR VALOR ÀS OPINIÕES ALHEIAS, DOS QUE POUCO OU NADA SABEM
Esta também foi uma das principais razões que levou a que eu próprio me sentisse hesitante na decisão da minha entrada (associada a outras que abaixo também enuncio).
Cada vez que ouvia alguém falar do tema, que me parecia até entender do assunto, apercebia-me dum conjunto de termos e expressões que me levavam a suspeitar que “aquilo” não era para mim certamente, pois não tinha sequer capacidade de decifrar o que ali era dito.
À medida que fui avançando no meu processo de decisão ,que andava latente, de saber mais sobre o tema quando finalmente me decidi, percebi o que se passava afinal.
Esta como outras áreas mais técnicas, tem de facto um conjunto de palavras, conceitos, termos, expressões, que fazem parte do léxico específico de quem já está por dentro deste ecossistema.
No fundo, ouvir duas pessoas que estão neste mercado há algum tempo a falar, torna-se praticamente indecifrável para o comum dos mortais, mas nada de novo !!! Afinal é o que se passa quando ouvimos dois informáticos a falarem entre eles, ou dois médicos, ou advogados, etc.
Essa linguagem especifica funciona – umas vezes sem querer e outras por querer – de facto como uma barreira, que torna indecifrável o diálogo entre especialistas.
No mundo das Criptomoedas batizo essa linguagem de “CRIPTÊS” e como em qualquer área especifica, a meu ver, deveria sempre haver um esforço no sentido da Inclusão e não da Exclusão da grande maioria das pessoas, falando-se em PORTUGUÊS e não em CRIPTÊS. Daí eu ter sentido necessidade, logo no início desta jornada em que decidi começar a dedicar tempo a partilhar o meu conhecimento destas matérias, através das minhas redes sociais e outros meios, de lançar o meu primeiro eBook Gratuito, que qualquer um pode descarregar, clicando neste LINK https://acmn.pt/ebook e a que chamei de Dicionário Criptês – Português e que de forma simples traduz uma boa parte dos Termos e Expressões, que muitas vezes ouvimos neste mercado, para o nosso idioma.
Pela mesma razão dediquei uma série de curtos vídeos, a que chamei de CRIPTO-SHOTS uma vez que a duração de cada Vídeo inferior a 1 minuto e meio permite de forma simples e rápida perceber o que mais de 100 destes termos e expressões significam de forma breve.
Mas em jeito de balanço e após o exposto anteriormente, despois de “traduzidos” estes termos, qualquer um poderá entender de forma simples a maioria destes Termos e Expressões que diariamente são verbalizados pelos “especialistas”.
3. ISSO É SÓ PARA QUEM TEM MUITO DINHEIRO
Este é de facto outros dos fatores que leva a que muitos, talvez até com vontade de entrar no mercado das criptomoedas, diga: Não, isto não é pra mim !!!
E a razão é simples, pois existe a perceção – como vamos ver errada – de que será ter muito dinheiro para entrar neste mercado.
Essa perceção resulta do facto da “Moeda Rainha”, a primeira e a mais poderosa do mercado cripto – BITCOIN – estar cotada nas dezenas de milhares de €uros e com expectativas (segundo a leitura da maioria dos “especialistas”) de chegar a bem mais.
Sendo assim, uma vez que é a mais popular e muitos não terem a noção de que existem milhares de cripto-ativos distintos no mercado, parece de facto reforçar a noção de que apenas alguns dispõem desses montantes para poderem investir em criptomoedas.
Mais uma vez, o desconhecimento de que por um lado existem muitas outras criptomoedas com cotações de frações de cêntimos (não significa que sejam a melhor escolha, antes pelo contrário na maioria das vezes), e por outro lado por exemplo saber que a BITCOIN está dividida em pequenas frações a que se chamam SATOSHIS (tal como o €uro está dividido em cêntimos) – 100 Milhões de Satoshis = 1 Bitcoin – leva a essa conclusão.
No entanto, de modo s desmistificar esta questão e deixá-la bem clara, como se deduz do parágrafo anterior, qualquer pessoa com 20€, 50€, 100€ pode começar a investir em criptomoedas se essa for a sua vontade.
Fica então claro que este não é um impeditivo de facto, que impeça qualquer um dos leitores deste artigo a entrar neste Mercado.
4. NEM SEI SE ISSO É LEGAL!! E COMO É AO NÍVEL DE IMPOSTOS?
Durante algum tempo também andei com estas dúvidas, muito pelo que me chegava através dos Mídia que deixavam transparecer nas entrelinhas (e por vezes de forma mais direta) que se poderia estar a falar de algo ilegal, associado ao crime e cuja tributação também era muito duvidosa.
Mais uma vez o estudo e a procura de conhecimento deixam bem claras ambas as questões.
Começando a querer olhar mais a fundo para este tema facilmente se percebe que se trata de algo 100% LEGAL !!! Se assim não fosse não haveriam milhares de empresas dedicadas ao tema, não haveriam empresas com criptomoedas declaradas nos seus balanços (e existem muitas e cada vez, das quais se destaca a MICROSTRATEGY com mais de 130,000 BITCOINS no seu balanço), não haveria transações de Imóveis em vários locais do Mundo e também já em Portugal com criptomoedas, não haveriam milhares de figuras públicas, políticos etc a deterem este tipo de Ativo, isto além de já fazer parte do sistema monetário de alguns Países como El Salvador por exemplo.
Então sem quere me alongar muito, penso que bastam estas linhas para esclarecer este ponto certo? Mas falta ainda o tema da Tributação. Como está este tema enquadrado em Portugal?
Deste ponto de vista, o único documento em que nos podemos basear para entender o que a Autoridade Tributária tem a dizer sobre o assunto – ATÉ 2022 PELO MENOS – é dissecarmos a INFORMAÇÃO VINCULATIVA , Despachada a 27-12-2016
Caso queira ler todos os detalhes, senta-se à vontade mas para o objetivo deste artigo apena destaco o que se encontra sublinhado abaixo: “podem, em tese, ser integrados em três categorias de rendimentos diferentes”, a saber a Categoria G – Mais Valias – Acréscimos Patrimoniais, a Categoria E – Rendimentos de Capitais ou Categoria B – Rendimentos Empresarias ou Profissionais. E quais são então as conclusões que a AT evidencia, nesta Informação Vinculativa?
Indo diretamente para as conclusões no que diz respeito à Categoria G e observando as ultimas palavras do excerto abaixo “ Pelo que se conclui não ser esta realidade tributável em sede de categoria G”
Olhemos então para as conclusões relativamente à Categoria E e também nas últimas palavras do quadro abaixo se verifica que “ não será passível de ser tributada em sede de categoria E”
Relativamente às conclusões quanto à Categoria B, também nos levam para o mesmo caminho como se pode observar abaixo, ou seja, só paga imposto que dedica a sua atividade empresarial ou profissional a intermediar operações por exemplo sendo então tributado sobre as maiores valias que obtêm dessa atividade e não das mais valias nas criptomoedas
ATUALIZAÇÃO DE OUTUBRO 2022
PROPOSTA DE ORÇAMENTO DE 2023 PARA NOVO REGIME DE TRIBUTAÇÃO DE CRIPTOATIVOS
A primeira chamada de atenção é que de facto se trata duma proposta para um Novo Regime de Tributação de Criptoativos e não exclusivamente de Criptomoedas, ou seja, inclui todos os ativos criptográficos, como os mais variados tipos de Tokens, entre eles os NFT’s ou Tokens Não Fungíveis.
Segundo a proposta de Orçamento de Estado para 2023 caso os criptoativos tenham sido adquiridos há menos de 1 ano, serão taxados a 28% no que às mais valias diz respeito.
Sempre defendi que se deveriam pagar impostos, mas 28% na minha opinião, afasta uma oportunidade estratégica que Portugal tinha de agarrar esta realidade doutra forma. Uma taxa de 50% desse valor seria aceitável e cumpriria na minha opinião esse objetivo estratégico.
Não sabemos ainda todas as realidades desta proposta nem o que será ou não ainda alterado após discussão no Parlamento, nem mesmo todos os detalhes do COMO tudo isto se vai processar mas pelo menos refere-se que os lucros obtidos com criptoativos detidos por mais de 365 dias ficam isentos de tributação.
Finalmente e ainda em sede de IRS, o Governo propõe “a tributação dos rendimentos provenientes de operações com criptoativos como rendimentos empresariais e profissionais”. Aqui, estão incluídas outras atividades, como é o caso da mineração de criptomoedas e emissão de criptoativos.
Além deste tipo de tributação, o novo regime prevê, expressamente, a tributação das transmissões gratuitas de criptoativos, bem como a incidência de Imposto do Selo sobre as comissões cobradas na intermediação de operações relativas a criptoativos, sujeitando estas a uma taxa de 4%.
Estaremos atentos para ver como o Parlamento vai votar esta questão e/ou as melhorias que poderá ainda sugerir a esta proposta.
5. TALVEZ SEJA APENAS UMA MODA
Para quem acompanha esta realidade há algum tempo, esta questão já não é tema. No entanto o ponto aqui é tentar esclarecer aqueles que por uma ou outra razão, ainda estão menos informados, pelo que convêm passarmos à argumentação.
Digamos que esta dúvida seria mais legítima no início do processo quando a BITCOIN “deu à luz” logo a seguir à Crise do Sub-Prime de 2008. Nessa altura o conceito era novo e totalmente disruptivo, não havia ainda qualquer tipo de adoção significativa nos primeiros anos de vida, não havia tudo o que acima descrevi no parágrafo relativo à LEGALIDADE, desde a adoção significativa por parte de muitas empresas institucionais, aos Bancos e Fundos a incorporar estes Ativos nas suas ofertas e a prepararem-se cada vez mais para esta realidade, temos atualmente 90% dos Bancos Centrais Mundiais a tratarem de ter o sua própria CBDC (Central Bank Digital Currency ou Moeda Digital do Banco Central), com o BCE – Banco Central Europeu que pretende lançar o €uro Digital em 2025, Comércios a prepararem-se para aceitar criptomoeda como forma de pagamento nas suas lojas e muitas outras realidades que facilmente ocupariam muitas e muitas mais linhas sobre este ponto.
No entanto penso que a Visão do que se está a passar e vai passar cada vez mais num futuro não muito distante, está cada vez mais clara. Na minha opinião não existe Futuro sem criptomoedas. Agora quais? Veremos, mas existem algumas pistas 😊
6. MESMO QUE QUIZESSE NÃO SABIA POR ONDE ENTRAR
Sim, este é de facto um dos fatores que impede as pessoas de se iniciarem neste mercado das criptomoedas: Saber por onde começar? A quem se dirigir? Como proceder?
É por isso que vale a pedir dedicar algumas linhas a esta questão.
Muitos começam neste mercado porque um amigo lhes disse como criar um conta numa Exchange (de forma simples podemos dizer que se trata duma “casa de câmbio” ao estilo da Western Union, onde se podem trocar os nossos €uros pela criptomoeda que pretendemos adquirir como BITCOIN por exemplo), não fazendo a mínima ideia do que estão a fazer quais os cuidados a ter, que medidas adotar, nem se AQUELA exchange em particular merece ou não algum crédito (não esquecer que essa é uma das formas que alguns mal intencionados conseguem ficar com os €uros de muitos desinformados/impreparados).
Outros clicam no primeiro link que lhes aparece na internet e aí vão eles, não se sabe bem para onde?
Outros ainda são contactados via email ou telemóvel onde lhes é apresentada uma “grande oportunidade” de adquirir BITCOIN ou entrar noutro projeto numa fase de pré-lançamento , podendo “aproveitar essa grande oportunidade” e com isso acabam por “entregar o ouro ao bandido”.
E muitas outras trapaças e soluções existem para os impreparados, mas vamos refletir em conjunto: se estamos a falar em investir, entregar as nossas poupanças, por vezes as poupanças duma vida será que não vale a pena dedicarmos um pouco de tempo a aprender com quem sabe, qual a melhor forma para dar o passo em frente? Então a minha sugestão é simples:
- -> Ou não entres neste Mercado
- -> Ou entra pela porta certa e essa porta é a do conhecimento, aprendendo com quem saber e te pode efetivamente ajudar a dar esse passos e essa for a tua intenção lê livros sobre o tema, investe no teu conhecimento antes de investires em criptomoedas
Este mercado como qualquer outro mercado financeiro tem os seus riscos, mas muitos deles podem ser evitados e/ou minimizados se tiveres a formação e informação certa. Não entres sem o mínimo conhecimento, nem de qualquer forma pois se assim for o mais cero é estares a deitar o teu dinheiro à rua.
A. SÃO MAIS DE 20.000 CRIPTOATIVOS ATUALMENTE. POR ONDE COMEÇAR ?
Aqui como em quase tudo o bom senso deve imperar. É verdade que já estamos bem acima dos 20.000 criptoativos listados da CoinmarketCap por exemplo (https://coinmarketcap.com) , mas serão todos iguais? Qual ou quais os critérios para escolher o projeto A ou B ou C?
Mais uma vez é fundamental saber como analisar um projeto e em quais entrar ou não (ver o vídeo “Como analisar uma Criptomoeda” neste Link do Youtube.
Clique aqui para ir para o vídeo.
É fundamental perceber como analisar um projeto mas também cada um de nós conhecer-se como Investidor e qual o seu perfil face ao nível de risco.
Devemos também ter bem presente que não é por um determinado cripto-ativo ter um preço de uma fração de cêntimo enquanto a BITCOIN tem um preço de várias dezenas de milhar de dólares, que a primeira tem mais probabilidade de crescimento que a segunda. Aliás vale a pena notar que uma parte significativa destes mais de 20.000 cripto-ativos, podem ser considerados à luz duma classificação inspirada da Nomics (https://nomics.com ) , cripto-ativos “Zombies”, portanto muita atenção.
Uma boa estratégia inicial será sempre começar pela Moeda Rainha, a BITCOIN (BTC) que já está com bem mais duma década de história, e se quisermos, também tentar a nossa entrada no segundo maior projeto deste mercado das criptomoedas, a ETHEREUM (ETH).
Outro critério bastante aceitável para quem pretende diversificar um pouco mais a sua “cesta de cripto-ativos” será identificar facilmente através do ranking decrescente de capitalização de mercado (MarketCap) no CoinmarketCap, as TOP 10 do Mercado.
NOTA: existem outras plataformas de informação importantes como a Coingecko (https://coingecko.com) ou Nomics (https://nomics.com) por exemplo, mas falo na CoinmarketCap para nos focarmos apenas numa sendo que cada um poderá/deverá com o tempo procurar aquela com que melhor se identifica.
No entanto para dar uma resposta mais concreta e mais conservadora à questão POR ONDE COMEÇAR? nitidamente aconselharia qualquer pessoa, como faço com os meus alunos, a darem o seu primeiro passo de entrada neste ecossistema através da BITCOIN.
B. OUVI DIZER QUE AS CRIPTOMOEDAS ESTÃO A DAR CABO DO AMBIENTE
Quando as pessoas se referem a esta questão que volta, não volta, salta para cima da mesa da discussão/argumentação, é essencialmente por se considerar que a mineração de criptomoeda consome muita energia.
De facto, é um tema importante de analisar pois se não formos nós a cuidar da nossa “Casa” chamada Planeta Terra, quem cuidará?
No entanto devemos então ir mais a fundo e tentar ser pragmáticos. Será que verdadeiramente são um problema para o meio ambiente? Comparado com o quê?
Se entendemos que a BITCOIN (e essencialmente estes argumentos de consumo de energia aparecem sempre relacionados com a BITCOIN), é uma tecnologia que traz os benefícios da descentralização como meio de pagamento e que nos permite tudo o que claramente é descrito no artigo deste Blog “O QUE É A BITCOIN?”, então essa comparação deve ser feita com a Industria do Ouro ou da Banca a Nível Mundial, uma vez que muitos concordam e denomiar a BITCOIN como o Ouro Digital e uma Reserva de Valor.
Mas antes de irmos comparar o consumo de energia de forma mais objetiva destas duas Indústrias com a da Mineração de BITCOIN, vale a pena ainda analisarmos e compararmos numa lógica de binómio custo versus valor acrescentado da BITCOIN e por exemplo do total de meios e energia, gasta para vermos videos de gatinhos (nada contra e eu até tenho dois em casa), ou de crianças a desembrulhar ovos de chocolate ou ainda para estarmos horas a fim a visualizar outro tipo de vídeos sem qualquer valor acrescentado que viralizam pela internet e viajam por milhões de telemóveis e sites de internet.
Além desta comparação legítima não podemos esquecer-nos do que a BITCOIN representa, dos seus fundamentos e do valor que acrescenta conforme referido no artigo “O QUE É A BITCOIN?”.
Mas voltemos então a comparações mais lógicas:
Comparando com o Ouro, um bem escasso mas que ninguém sabe exatamente quão escasso é, uma vez que é desconhecida a verdadeira disponibilidade deste metal precioso no Planeta Terra (ao contrário da BITCOIN que como sabemos tem um fornecimento máximo de 21 Milhões de Unidades e nem mais uma), devemos dar um olhar atento ao estudo apresentado em Maio de 2021 pela Galaxy Digital denominado “Uma abordagem Objetiva para uma questão Subjetiva” sobre o Consumo de Energia da Bitcoin (para fazer download do documento clique neste Link.
Relativamente à outra comparação legítima com o Sistema Bancário Mundial e todas as suas variáveis, este estudo que levou em consideração o consumo energético dos 100 maiores bancos mundiais, desde o consumo energético das suas centenas de Data Centers, Agências bancárias, Máquinas ATM (Multibanco) e Cartões, é bem elucidativo do seu comparativo com a Industria da Bitcoin
Para terminar e não menos importante um estudo da CoinShares Research revelou vários dados que merecem aqui ser destacados:
· Aproximadamente 74.1% da energia utilizada pela rede do bitcoin vem de fontes renováveis
· A mineração de bitcoin foi responsável por 0,08% das emissões de gás carbónico do planeta em 2021
· Para completar, a empresa acrescenta: “Atualmente, a maioria da energia é usada para gerar novas moedas, mas a geração de bitcoins é programada para decair a zero nos próximos 100 anos. Já na década de 2040, mais de 99% de todas as bitcoins já terão sido emitidas. Uma vez que a emissão de bitcoins esteja efetivamente terminada, a necessidade de energia será resultado direto da demanda do mercado por transações de bitcoin”.
Aconselho a visita ao site da CoinShares Research https://coinshares.com/en/research/closer-look-environmental-impact-of-bitcoin-mining para uma abordagem mais detalhada e minuciosa sobre todas estas questões.
Então, TALVEZ toda a tentativa desta argumentação da ameaça da Bitcoin para o ambiente tenha outros interesses por detrás. Concordas?
9. OUVI DIZER QUE AS CRIPTOMOEDAS ESTÃO ASSOCIADAS AO CRIME
Mais uma questão que nos deve preocupar, mas que também deve ser esclarecida com uma análise mais aprofundada, de modo a que não alimentemos mitos, mas olhemos para os factos.
Em primeiro lugar, muito antes das criptomoedas existirem, já existia o crime nas mais variadas formas de suborno, lavagem de dinheiro etc, ou seja o Mundo infelizmente não necessitou de esperar pelo aparecimento das Criptomoedas para começar estas atividades ilícitas que também infelizmente foram sempre timidamente combatidas pelos decisores Mundiais.
Por outro lado existe o mito de que sendo “dinheiro digital” as criptomoedas, não deixam rasto e são ideias para este tipo de crime. Nada mais errado !!!
Para quem se debruce o mínimo sobre o tema, sabe que as criptomoedas existem por via da tecnologia Blockchain e que qualquer explorador de qualquer Blockchain (podem por exemplo visitar este site https://mempool.space) revela de forma transparente através de endereços, TODAS AS TRANSAÇÕES que foram e estão a ser realizadas. Sim, o nome da pessoa em causa não é visivel e não está disponível ao comum dos mortais (ao contrário das nossas contas Bancárias a que muitos podem ter acesso) mas existe uma correlação direta entre estes endereços e os “donos” de todas as operações efetuadas.
Isso significa de que a ideia de que a BITCOIN é totalmente anónima é falsa, devendo-se dizer para sermos mais corretos que é pseudo-anónima . Tal como quando um escritor de um livro opta por utilizar um pseudónimo porque por alguma razão não quer identificar a sua pessoas com o autor desse livro, mas a qualquer altura se necessário por alguma investigação necessária se pode chegar à sua identificação, também aqui se passa o mesmo, ou seja, não aparecendo ao Mundo o nome de quem fez esta ou aquela operação, existe uma correlação entre essa pessoa e o endereço da operação, pelo que, se necessário essa identificação estará sempre disponível a qualquer investigação que se torne necessária.
Já o pagamento de “luvas” ou outro tipo de pagamentos efetuados em malas ou envelopes cheios de dinheiro, esses sim são totalmente impossíveis de rastrear na maior parte das vezes havendo muito maior facilidade em ser utilizado para branqueamento de capitais.
Será que fica clara também esta questão? Após esta explicação se o leitor fosse um marginal e pretende-se subornar alguém, o que utilizaria? Dinheiro vivo, em nota, ou enviando criptomoeda de um endereço para outro o qual fica para sempre registado na Blockchain?
10. OUVI DIZER QUE ESTE MERCADO É MUITO VOLÁTIL
Se há verdades que deve ser ditas de forma bem clara é – O MERCADO AS CRIPTOMOEDAS É MUITO VOLÁTIL !!!
Mas agora vamos tentar entender então porque será que muitos, perante o mesmo mercado e com as mesmas oportunidades conseguem aumentar significativamente o seu capital, investindo neste mercado e outros, exatamente perante a mesma oportunidade conseguem muitas vezes perder capital, até de forma significativa.
Se ouviu dizer que este Mercado é muito Volátil, ouviu muito bem!!!
Se pudéssemos comparar os preços dos criptoativos a determinas Praias Portuguesas e para quem as conhece, diria que as subidas e descidas de preços dos cripto-ativos está muito mais próxima das Ondas do Canhão da Nazaré, do que da calmaria da Praia de Sesimbra.
Agora que temos esta questão exposta de forma tão direta e transparente, passemos então a uma análise mais detalhada por forma a que cada um tire as suas conclusões. Segundo a ProTeste as melhores Taxas de Depósitos a Prazo encontram-se na tabela abaixo:
Segundo a IGCP, a Agência de Gestão e Tesouraria e da Dívida Pública, as Taxas de Juro Anual dos Certificados de Aforro está espelhada na Tabela abaixo
Temos então nestes dois cenários uma certa estabilidade (e Não Volatilidade) nas rentabilidades esperadas para estes produtos, ou seja e pegando no termo comparativo escolhido no início deste ponto, estamos na Praia de Sesimbra.
Já no que diz respeito por exemplo à evolução dos últimos anos da BITCOIN, estamos notoriamente num Mar mais parecido com as Ondas da Nazaré, com grandes subidas e descidas, como se pode ver abaixo
Ou se observarmos mais de perto podemos de facto verificar que este Mar é bem mais agitado. Quer isso dizer o quê exatamente?
Isto significa que, para quem quer ter o prazer de tirar partido das “Ondas da Nazaré” terá que aprender a Surfar como o McNamara majestosamente surfa as Ondas do Canhão da Nazaré.
Por outras palavras quais os cuidados a ter quando se pretende entrar num “Mar tão agitado” como o das Criptomoedas?
1 – Seguir a “Regra dos 3/3 do Eduardo Espada”, que em resumo pretende transmitir a ideia de que NINGUÉM DEVE APLICAR NESTE MERCADO, O DINHEIRO DE QUE NECESSITA PARA VIVER O SEU DIA-A-DIA na “certeza” ERRADA que vai enriquecer em 2 ou 3 dias. Então uma Gestão de Risco adequada ao perfil de cada Investidor é imprescindível – como se pode ver no gráfico acima, o que ele nos revela é que até hoje, quem conseguiu esperar, assistiu a rentabilidades que seriam impensáveis atingir com as Taxas que acima são partilhadas nas duas tabelas, por entidades respeitáveis, nem que vivêssemos 10 vidas.
2 – A Emoção não pode superar a Razão, nem na entrada nem na saída deste Mercado. A estratégia e os objetivos respetivos têm que estar bem claros à partida e serem respeitados a 100% e não andarem ao sabor das emoções. Quando as cotações baixam – E PODEM BAIXAR SIGNIFICATIVAMENTE – há que saber (e poder) esperar por melhores dias e resistir à tentação da venda nos ciclos de baixa, esperando por melhores dias. Mas essa Gestão só é viável, mais uma vez, se não estivermos a usar o dinheiro que nos permite comprar o para para meter na mesa no dia seguinte. Se esse for o caso, então sim, a Volatilidade do Mercado pode liquidar qualquer investidor.
3 – Um conhecimento básico deste Mercado é imprescindível. Isso significa que temos todos que ter um “Doutoramento” ou “Mestrado” nesta área? Quem quiser pode ir por esse caminho obviamente, mas o “Ensino Básico” já dará a qualquer um, as ferramentas necessárias para poder gerir a sua presença de forma tranquila neste mercado.
Após toda a exposição anterior, cabe a cada um escolher em que Mar prefere navegar: Se no Mar calmo e sereno (o que muitas vezes infelizmente se tem demonstrado ser um engano com os inúmeros casos que assolaram a Banca Portuguesa como o BPP, o BANIF, o BES, etc) das rentabilidades espelhadas nos quadros acima, ou se no Mar agitado da Volatilidade que caracteriza os cripto-ativos.
Não esquecer ainda que este OU pode também ser entendido como um E (o que me parece ser uma solução mais equilibrada) dependendo mais uma vez de cada um, de cada caso, de cada perfil a escolha das percentagens aplicadas num e/ou noutro mercado.